Saturday 28 August 2010

Hell de Janeiro

Chovia em Hell de Janeiro. Era um dia mais parecido com São Paulo e tão compatível com as minhas emoções no momento. Tudo estava errado, eu não me sentia correta em nenhum aspecto da minha vida. Talvez fosse minha TPM ou o fato de que tudo estava fora do eixo que eu tinha traçado pra minha vida.

Aos vinte anos, eu estaria: com um estágio maravilhoso, morando sozinha, tendo dinheiro pra comprar as minhas futilidades e com um namoro estável.

Bom, nada disso aconteceu. Eu não tenho um estágio legal, só um trabalho semi-escravo de vendedora numa loja de roupas por meia parte do meu dia. Eu não estou morando sozinha, meus pais ainda me atazanam com suas brigas enormes, por nada e a cada dia mais freqüentes. Eu não tenho dinheiro pra comprar minhas futilidades, principalmente porque quase todo o dinheiro do meu trabalho vai pra pagar o carro semi-novo e capenga que eu comprei há três meses, visto que meu pai não quis me ajudar a pagar ou sequer cogitou a idéia.

Quanto ao namorado, bem... o namorado é algo que não seria um problema. Não me lembro da minha vida antes de estar com alguém, seja lá quem fosse. Desde os quinze anos de idade, eu tenho um namorado ou pelo menos alguém com quem dividir minhas noites frias e não tão frias assim. Mas, ultimamente, eu tenho sentido uma dificuldade imensa se suportar alguém.

O ultimo foi Bruno. Ele era um cara legal, pena que fazia Engenharia Aeronáutica. Seus métodos e equações eram muito pra minha cabeça de humanas, mas os números que ele me apresentava durante nossos momentos de não-conversa, soavam como musica para meus ouvidos. Eu não me apaixonei por ele e esse foi o problema.

Ele me trocou por uma menina de Engenharia Química, que entenderia muito melhor suas conversas do que eu, uma simples e pobre publicitária, que só entendia de números se fosse pra pedir cópias de um panfleto ou pra digitar o telefone de uma certa empresa. Eu não deixo de entender o Bruno, mas eu não vou negar que não sentia falta dele depois desses três meses.

Eu havia perdido a vontade de ficar com outras pessoas só por uma noite, eu havia perdido a vontade de ir a festas como uma louca, ficar bêbada todos os dias do final de semana (e da semana também) e acabar num lugar desconhecido na manhã seguinte. Isso não era por eu ter me apaixonado por ele, ou por ter me sentido trocada pela menina-química. Eu tinha me apaixonado pela vontade de amar alguém.

E eu só havia percebido isso enquanto dirigia pela São Clemente, nessa noite chuvosa de Rio de Janeiro. Eu estava no meio de um engarrafamento gigante, o que era normal numa sexta-feira, quando eu avistei Bruno e sua nova namorada, num ônibus que não me recordo o número. O atar de mãos deles e o olhar que um oferecia ao outro me deixaram com inveja.

Procurei rapidamente meu maço de cigarros no porta-luvas do carro e meu zippo, dado, coincidentemente, por Bruno. Estava tão nervosa que não conseguia acender o cigarro direito. Depois da quarta tentativa, eu finalmente consegui alguma brasa. Eu tinha parado de fumar há cinco meses, teoricamente. Só teoricamente, porque a cada momento de nervoso que eu tinha, eu necessitava de um cigarro ou dois para me acalmar.

Comecei a chorar dentro de meu Corsa, parada naquela cena tensa e emocionalmente destrutiva para mim. Eu não tinha saída, eu não podia ter Bruno de volta, porque isso não era justo. Eu não sentia falta do Bruno. Eu sentia falta do que Bruno representava fisicamente pra mim. Dos seus braços, dos seus beijos, do calor humano que ele me provia. Coisas que já não eram só dele, mas que já me faltavam na memória.

Eu não conseguia lembrar a ultima vez que me sentia mais lixo na minha vida, a última vez que tinha me sentido como uma grande falha. Resolvi ligar o radio, geralmente musica me fazia ficar bem melhor. Não dessa vez. Thinking of You era uma canção que me lembrava de Bruno. Katy Perry sabia forçar a barra e me fazer chorar com o clipe e a letra desta musica.

Passados alguns minutos, ou poderiam ser horas, dentro daquele maldito carro com ar condicionado frio, eu consegui sair do engarrafamento. Eu saí dele vendo minha vida de outra forma. Pelo menos, ate a próxima vez que eu precisar de uma epifania ou de algum momento pra chorar. Afinal, toda mulher tem um momento trágico... uma vez ao mês.

Thursday 19 August 2010

The English Way - Prólogo

Em todos os momentos do vôo, desde o momento em que o avião decolou de solo inglês até o momento em que ele pousou em solo americano, eu não consegui dormir. A toda hora vinha uma imagem da minha mãe, dela no hospital ou do enterro...


- Andrew, - o medico veio falar-me – eu... nós... não conseguimos.
- Como assim... não conseguiram?
- Desculpa. O câncer era muito maior que os exames mostraram. Ela faleceu na mesa de cirurgia. Desculpa! – ele disse, por final, me dando um tapinha nas costas.
Porque as pessoas tem a mania de achar que desculpas e tapinhas nas costas vão modificar alguma situação ruim? Minha vontade era de gritar, de destruir todo o hospital... no entanto, eu me sentia fraco, como se uma bomba tivesse sido jogada contra mim. De uma certa maneira, isso era uma bomba.


- Andrew, querido?! – minha Tia Mary me cutucava assim que nossas bagagens começaram a sair na esteira – Está dormindo?
- Oh, tia, desculpa. Estou desligado. – eu avistei minha bagagem e logo a tirei, colocando-a em meu ombro.
Mesmo estando de mudança para a casa de meus tios, eu não queria ocupar muito espaço. Além disso, eu nunca fui muito de ter zilhões de roupas na moda. Pra mim bastavam jeans, camiseta, uma jaqueta e all star. Preto. Que era exatamente o que eu estava usando agora.
- Tia, - eu chamei tia Mary enquanto ela procurava sua mala vermelha de rodinhas – eu vou ao banheiro, tem problema?
- Não mesmo, querido! – ela respondeu, sorrindo fracamente – Assim que sair, nos encontre na saída D do aeroporto. Seu tio Ben está lá com Phillip, nos encontre.
- Claro, tia! – eu respondi e saí.
Era impressionante como tia Mary era parecida com mamãe. Ate seu modo de falar, hoje em dia mais americano que o de Fiona, minha mãe, era idêntico. Eu entrei no banheiro masculino e joguei minha mochila no chão.
Olhei minha face no espelho e não gostei muito do que vi. Esse não parecia ser eu. eu não tinha esses olhos cinzentos doentios. Meus olhos costumavam ser normais. Hoje eu vestia um aspecto sombrio, com olheiras de quem não dorme há anos. Como um zumbi.
Minha barba por fazer, não deixava que eu visse meu maxilar bem marcado, herdado, segundo minha mãe, de meu avô William, pai dela. Minha barba era quase uma denuncia dos meus maus tratos comigo mesmo.
Meu corpo ainda mais magro do que o normal, me dava uma aparência de fome e tristeza. Mesmo com um moletom de Cambridge, minha antiga universidade, eu não parecia mais cheinho. Eu era a própria cara estampada na campanha contra a fome.
Meus 20 anos de idade, já não eram mais visíveis. Eu tinha me tornado uma pessoa amarga e envelhecida, com mais dores no coração que o necessário. Mas eu precisava me livrar disso, eu iria me livrar disso tudo!
Lavei meu rosto, peguei minha mochila e sai em direção ao carro de tio Ben, onde todos me esperavam. Eu ia tentar mudar, mesmo contra a minha vontade. Eu tinha que seguir em frente, ou me destruir por completo. Mas eu não podia me destruir.
- Você está bem? – tia Mary me perguntou quando cheguei ao estacionamento. Eles já tinham guardado a mala dela e esperavam-me para que guardassem a minha mala. Tio Ben a abraçava de lado e Phillip estava dentro do carro, mexendo no que parecia ser um iPod. Eu assenti a pergunta dela e fui falar com tio Ben.
- Bem vindo, filho! – ele me disse, enquanto me dava um tapinha nas costas. Essa história dos tapinhas realmente estava me deixando desconcertado. Ele pegou minha mochila e colocou na mala.
- Obrigado, tio. Por terem me recebido.
- Bobagem, querido. – Tia Mary falava – Como se eu fosse te deixar sozinho depois de tudo o que aconteceu conosco. Vamos, entre. Iremos pra casa.
Eu entrei no carro, do lado oposto a Phillip. Assim que sentei ao seu lado, acenei para ele e tentei dar um sorriso. Mas tudo o que ele fez foi olhar e continuar ouvindo ao seu iPod. É, não deu muito certo de primeira.
Philip era seis meses mais novo que eu e totalmente diferente em qualquer aspecto. Havia mudado muito desde a ultima vez que tinha visto-o, há uns quatro anos atrás. Naquela época, éramos novos e nos dávamos bem. O que não perdurava, partindo do principio que ele não havia me cumprimentado direito.
E sua aparência também tinha se modificado. Seus cabelos eram de um tom de mel escuro e seus olhos, azuis. Mas tinha deixado a infância de lado e agora era quase um homem. Assim como eu. Como quatro anos fazem diferença!
- Chegamos! – eu ouvi tio Ben falando, enquanto estacionava em sua garagem.
Eu tinha esquecido como são as grandes cidades americanas. Com seus prédios grandes e cinzentos, assim como em Londres. Eu sentiria falta de minha casa e minhas ruas com linhas infinitas de verde. Eu também sentiria falta do frio.

Wednesday 18 August 2010

The English Way

Creio que depois de muito tempo, me deu uma vontade absurda de voltar a escrever essa história. Originalmente, eu a escrevia com a minha linda Akemi, mas agora vou voltar a escrevê-la sozinha.

Kems, please, forgive me! :/


Pra começar, vou colocar aqui a música em que me baseei pra criar a história.




Letra e tradução



No próximo post, eu coloco o primeiro capítulo (:

Monday 16 August 2010

Bright Star

Mr. Keats knows he cannot love you: he has no living, no income.


Essencialmente, essa é uma frase que descreve muito bem o filme Bright Star, ou, em português, Brilho de Uma Paixão. O filme conta o relacionamento entre Fanny Brawne, uma estudante bem falada de alta costura, e John Keats, poeta romântico do século XIX que não tinha dinheiro nem trabalho fora a escrita de sua poesia.

Logo no início do filme, nota-se um constante desentendimento dos personagens pelo fato de que ele a acha uma mulher a-toa, enquanto ela não se impressiona pela poesia de Keats ou qualquer outro tipo de poesia. Ao descobrir que o irmão de Keats sofre de uma doença, Fanny começa a ajuda-lo a cuidar de seu irmão.

Com isso, os dois ficam mais próximos e dali surge um romance que nunca daria certo. John não poderia sustentar Fanny, mas o amor deles era tão grande que ultrapassava tudo isso. E daí em diante o filme se desenrola, então não darei spoilers.

Os trabalhos de John Keats eram realmente brilhantes, mas, durante toda a vida dele, ele não conseguiu ver a apreciação de seu trabalho. Mesmo quando morreu, ele acreditava ser um fracasso.

Durante todo o filme, as passagens dotadas de trechos de seu trabalho são emocionantes. Os versos do verdadeiro Keats são lindos e completam muito bem o filme e o romance entre Keats e Brawne.

O Ben Whishaw como John Keats está ótimo, assim como a Abbie Cornish como Fanny Brawne. Todo o elenco foi muito bem escolhido, assim como as locações de filmagem, como todo filme bucólico inglês que se preze. Para aqueles que gostam de filmes como as adaptações de Jane Austen, Bright Star é um prato cheio.

Além de ser uma ótima pedida para aqueles que curtem romances antigos e fofos, assim como eu.

Monday 29 March 2010

Long time, no see

É, já faz bastante tempo que eu não escrevo pra cá e eu me sinto meio culpada por estar mais encucada com o tumblr e deixar isso aqui de lado. Acho que eu acabei ficando mais preocupada com o um milhão de features que existem no Tumblr...
Mas o que eu realmente vim dizer, depois desse tempo todo sem voltar aqui é:

Viva o ano de 2010 para shows no Brasil!

I mean, só esse ano eu já tive a oportunidade de ir no show do Coldplay, no do Franz Ferdinand e do Anberlin. E ainda tem Paul McCartney, U2, Bon Jovi, Aerosmith, All Time Low, McFly... É muito show! Parece que finalmente as pessoas resolveram mostrar as caras nesse país imenso e cheio de fãs loucos que é o Brasil.

tudo bem que ainda falta o The Click 5, o Cobra Starship, o The Academy Is..., o Blink 182, a Lady Gaga (que foi cancelada), o The Maine, mas esses aí no paragrafo acima sao um avanço. Vamos ver quem vem pro provavel Rock in Rio, in Rio, do ano que vem!

XOXO

Wednesday 22 July 2009

Alice In Wonderland



Preciso dizer o quanto eu amo o Johnny Depp, o Tim Burton e a diva Helena Boham Carter? Não, né?

Ao ver esse trailer eu tive uma certeza absoluta:
Eu PRECISO ver essa master piece em 3D =D

Digo, eu tenho que ver todos os personagens maravilhosos recriados pelo Tim Burton. A rainha de copas, o Cheshire Cat, a Alice... e, principalmente, o Mad Hatter!
Johnny Depp, sem a menor sombra de dúvidas, é um dos melhores atores que temos hoje em dia. Todas as suas atuações foram brilhantes, assim como a Helena Boham Carter. Desde a Mrs. Lovett até a louca Bellatrix Lestrange, ela atua com a maior capacidade que pode.

Além deles dois, a Anne Hathaway também é uma aposta minha para brilhar ainda mais em Hollywood. Seja em comédias românticas bobas, como Princess Diaries e The Devil Wears Prada, até dramas como Rachel Getting Married e Becoming Jane, ela consegue extrair o melhor do personagem.

Sem comentários a mais para Allan Rickman e Michael Sheen. Eles o dispensam, com certeza.

São por essas e outras que eu digo: esse filme vai ser The Best!

XOXO

Wednesday 1 July 2009

Bellatrix Lestrange

Que a Helena Boham Carter ruleia, isso não é mais mistério. Agora, que ela conseguiria fazer uma Bellatrix mais assustadora do que eu imaginava, isso é novidade.



Simplesmente, assustadora!

Vejam só essa cena nova!

Harry Potter and the Half-Blood Prince Exclusive Clip


Depois vem poser dizer que Crepusculo é melhor que Harry Potter.



NUNCA!



XOXO
[e só pra irritar a Mariana]
Voldie's Girl ;)